O Que É A Prosperidade ? Você É uma Pessoa Próspera ? [Part 1]


INTRODUÇÃO:
Pessoas de bem, são bem sucedidas, pessoas fracassadas são pessoas de insucesso!

Será mesmo?

O sucesso, é sempre prova da bênção de Deus ?
- Não!

Certos males, é prova que Deus não está abençoando?
- Também não!

Como então podemos descobrir tal coisa?
Isto não é algo que se descobre geralmente de forma simples. Mas podemos considerar algumas coisas. Este é o desafio que proponho em dois artigos.


1. Definindo os termos "sucesso" e "insucesso" e a quem aplica-se:
Este é um problema muito grande. Lançamos palavras da boca p'ra fora, sem ao menos pensarmos muitas vezes, o que elas realmente significam à luz da revelação geral das Escrituras.
Mas porque muitas vezes trocamos os termos?
O ser humano tem a tendência de achar que coisas ruins acontecem somente a pessoas ruins e coisas boas acontecem só a pessoas boas. Mas será mesmo assim?
Por exemplo, o rabino Harold Kushner, escreveu um célebre livro, que retrata precisamente esta ideia: “Quando coisas ruins acontecem a pessoas boas”.
Este livro, foi escrito, após ele perder o seu filho por causa de uma doença degenerativa.
Há um pensamento que tenta arrumar esta ideia:
“Porque coisas más acontecem a pessoas boas? Só conheço uma pessoa realmente boa, e Ele foi morto por causa da maldade de todo o mundo – Jesus.”
A tendência de relacionar bondade/fidelidade com prosperidade é tão forte que, muitas vezes, a pessoa que sabe que está tendo atitudes erradas e pecaminosas, se vê o sucesso acontecendo em sua vida, passa a achar que aquilo que está fazendo não é tão grave, pois se fosse, Deus não permitiria que ele tivesse sucesso. Tenhamos cuidado com este raciocínio.

Mas onde tiramos esta ideia ? É isso que a bíblia ensina?
No fundo, algum tipo de sucesso, serve como peneira para tapar o pecado. A pessoa usa um argumento do tipo: Se houvesse pecado em mim, Deus castigava-me já de alguma maneira, mas ele está abençoando-me dando isso ou aquilo:
"Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal."  (Ecl 8:11)

Mas isso é tão tolo como dizer: Sofri um acidente porque estou em pecado ou passei a usar óculos porque cometi um pecado.

Tomemos a título de ilustração um aluno que faz cábulas e apanha uma grande nota.
Embora, ele possa mostrar a toda a gente sua alta nota, ele sabe melhor do que ninguém, pelo menos no momento em que fez o teste, que não tinha capacidade ou conhecimento para ter tal nota. Ou seja, engana-se a si mesmo, enquanto expõe aos outros o seu aparente sucesso.

Há outra coisa que cabe dizer aqui: Satanás prometeu a Jesus os reinos deste mundo, se Ele o adorasse. É interessante pensar que Jesus jamais exigiu adoração, mas sua maior ordem foi: "Segue-me". Todavia o diabo exigiu adoração em troca de bens, benefícios riquezas.

Mas toda a prosperidade material é fruto da ação de satanás? Claro que não!
Por esta razão, necessitamos de ter bem definido em nossa mente, o que queremos dizer com as palavras: "Sucesso ou insucesso; Bênção ou maldição".


2. Olhando para os exemplos bíblicos:
A melhor forma de percebermos a nossa realidade como homens de Deus, é olharmos para os exemplos bíblicos. Se fizermos um estudo exaustivo sobre as personagens bíblicas, na ótica do sucesso, resta-nos duas alternativas:
  • Ou teremos que redefinir os termos "sucesso" e "insucesso"
Penso que esta será a hipótese mais correta. Neste sentido seremos levados a perceber que o insucesso tanto quanto o sucesso, do ponto de vista humano, faziam parte da vida de grandes homens de Deus. Ou seja, iremos encontrar homens de Deus, que humanamente falando tiveram que lidar com o fracasso, mesmo sendo fieis a Deus.

  • Ou teremos de eliminar o conceito de fidelidade a Deus:
Ou seja, aqueles que realmente temos como exemplos espirituais, na verdade não o são e Deus pelas suas infidelidades os castigava. Era por suas infidelidades e pecados, que muitas das desgraças sobrevinham às sua vidas. Mas creio que isto não é de modo algum aplicável.

Como exemplo, tomo a personagem de Jó:
Os amigos de Jó, ao verem a situação catastrófica em que ele encontrava-se, tentaram mostrar-lhe a possibilidade, de ele encontrar-se em tamanha desgraça porque havia pecado.
Diante de tais acusações, Jó defende-se (capítulo 31), da seguinte forma:

Jó, tem plena consciência que Deus vê tudo, sabe tudo e tudo julga :
2 Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo-Poderoso desde as alturas? 3 Porventura não é a perdição para o perverso, o desastre para os que praticam iniqüidade? 4 Ou não vê ele os meus caminhos, e não conta todos os meus passos? 6  (Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade), 14 Então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia? 23 Porque o castigo de Deus era para mim um assombro, e eu não podia suportar a sua grandeza. 28 Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima. (2-4,6,14,23,28)

Nega, que cobiçou alguma mulher ou algo do seu próximo :
1 FIZ aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem? 9 Se o meu coração se deixou seduzir por uma mulher, ou se eu armei traições à porta do meu próximo, (1,9)

Considera, a falsidade e enganado :
5 Se andei com falsidade, e se o meu pé se apressou para o engano 7 Se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa, (5,7)

Considera, se não foi bom patrão :
13 Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo; 15 Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre? (13,15)

Considera, se não foi misericordioso com os pobres e orfãos :
16 Se retive o que os pobres desejavam, ou fiz desfalecer os olhos da viúva, 17 Ou se, sozinho comi o meu bocado, e o órfão não comeu dele 18 (Porque desde a minha mocidade cresceu comigo como com seu pai, e fui o guia da viúva desde o ventre de minha mãe), 19 Se alguém vi perecer por falta de roupa, e ao necessitado por não ter coberta, 20 Se os seus lombos não me abençoaram, se ele não se aquentava com as peles dos meus cordeiros, 21 Se eu levantei a minha mão contra o órfão, porquanto na porta via a minha ajuda, (16-21)

Considera, se confiou nas riquezas que tinha :
24 Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; 25 Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; 26 Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, 27 E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, (24-27)

Considera, se alegrou-se com a desgraça dos seus inimigos :
29 Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se exultei quando o mal o atingiu 30 (Também não deixei pecar a minha boca, desejando a sua morte com maldição); 31 Se a gente da minha tenda não disse: Ah! quem nos dará da sua carne? Nunca nos fartaríamos dela. (29-31)

Considera, o acolhimento do estrangeiro e viajante :
32 O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante.

Considera, a possibilidade do pecado oculto :
33  Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio;

Considera-se disposto a sofrer, justamente :
8 Então semeie eu e outro coma, e seja a minha descendência arrancada até à raiz. 10 Então moa minha mulher para outro, e outros se encurvem sobre ela, 11 Porque é uma infâmia, e é delito pertencente aos juízes. 12 Porque é fogo que consome até à perdição, e desarraigaria toda a minha renda. 22 Então caia do ombro a minha espádua, e separe-se o meu braço do osso. (8,10-12,22)

Esta sem dúvida é a atitude de um homem que mesmo diante do sofrimento e perdas, sente o prazer em analisar sua vida de acordo com a vontade e mandamentos de Deus. Ele não teme expor-se à análise.


3. Não podemos deixar-nos levar pela aparência das coisas:
O ditado diz: “Nem tudo o que reluz é ouro”

O sucesso material nunca foi um bom medidor da fidelidade a Deus. No entanto, o desprendimento material poderá sê-lo com maior confiança.

Um célebre programa, que passou na TV americana, Preacheres of L.A.,  tentou mostrar a vida de luxo que determinados pastores estavam levando, orgulhando-se disto.
Entre mansões à beira da praia, passeios de Ferrari e pregações para milhares de pessoas em megatemplos e em transmissões para milhões de casas através da TV, os pastores mostrarão os bastidores de suas vidas e detalhes de suas relações conjugais.

O pastor Trevin Max, com uma visão diferente sobre sucesso, afirma:
“Como pastores e líderes de igrejas, temos a obrigação de pregar o evangelho bíblico de uma forma que leve em consideração o nosso contexto atual. Infelizmente, esse tipo de coisa pode influenciar o público a pensar que a bênção de Deus é algo somente financeiro e pode ser comprada ou merecida" [1]
Há outra questão a considerar neste ponto. Muito daquilo que as pessoas por vezes aparentam ter, não é mais do que uma vida cheia de endividamentos.
Certa vez, alguém orgulhava-se que Deus o estava abençoando muito materialmente. Mais tarde, veio a saber-se que o banco pegara em tudo, pois ele não pagava as prestações.

Outra questão:
Por vezes, as pessoas testemunham que sua riqueza, prosperidade é fruto de sua vida de fé, no entanto, há muitas pessoas, que antes mesmo de chegarem ao conhecimento do "evangelho", já possuíam uma vida financeira estável. Isto é, muitas vezes utilizado para enganar os incautos.
Portanto: Não nos deixemos levar pela aparência.

Sobre João Batista, Jesus firmou:
24 E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento? 25 Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestiduras, e em delícias, estão nos paços reais. 26 Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. Lc 7.24-26


4. Ímpios também prosperam:
Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios. 12 Eis que estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas. (Slm 73:3,12)

Se não visse ímpios a prosperar, poderia ser levado a pensar que sucesso, prosperidade é algo que somente diria respeito ao cristão. Mas não!
Há pessoas que não são cristãs, alguma ateias que são muito bem sucedidas materialmente. veja a lista dos classificados da Forbes, como sendo os mais ricos do mundo e irá perceber isto mesmo.
Também há algo que devemos pensar: Nem todo o ímpio prospera na base da desonestidade, do roubo, da fuga aos impostos, etc.
Então? É o diabo que o abençoa?
Pergunto:
Será que Deus não poderá fazer prosperar materialmente um ímpio, mais do que um filho seu? É isso impossível ?
Deus fez prosperar grandes reinos que subjugaram a nação de Israel.
Jesus disse a Pilatos que ele estava naquela posição de governador porque o Pai, havia permitido. (Jo 19.10,11)
Ou seja, Jesus estava sendo julgado por alguém que estava em tal cargo permitido por Deus, seu Pai. Parece irónico, mas é o que está escrito. 


5. Cada caso é um caso:
Depois Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. Jo 5.14
E não convinha soltar desta prisão, no dia de sábado, esta filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás tinha presa? (Lc 13:16)
  • Todo o homem paralítico há 38 anos é fruto do pecado direto da pessoa ?
  • Toda a mulher encurvada é obra de Satanás ?
Lendo estes versículos o que podemos aprender ?
Que não podemos definir as doenças, males como maldição de Satanás ou castigo de Deus ou como consequência direta do pecado da pessoa.
1 E, NAQUELE mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. 2 E, respondendo Jesus, disse-lhes: Cuidais vós que esses galileus foram mais pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? 3 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. 4 E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? 5 Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis. Lc 13.1-5

Por vezes temos a tendência de generalizar as coisas. Mas, na vida espiritual, necessitamos de ter muito cuidado para não julgarmos um caso pelo outro.
Numa investigação criminal a experiência pode ajudar-nos a recolher provas e olhar com um ar mais criterioso para o local do crime. Pode também ajudar a considerar mais possibilidades do que poderia realmente ter acontecido naquele local. No entanto, isso não leva a uma conclusão definitiva sobre o culpado.
Porquê? Cada caso é um caso.
Espiritualmente, creio que é a mesma coisa. Há coisas que a experiência pode-nos ensinar, mas estamos continuamente a ser surpreendidos pelo agir de Deus na vida de alguém.

[1]Fonte


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